domingo, 28 de dezembro de 2008

A Banda da Rainha Vitória de França


Capítulo III

Lúcio, não sei o que ta acontecendo comigo. Aliás, talvez eu até saiba. Não, eu acho que não sei, mas sinto algo se repetindo. Estou cansado. Está tudo errado. Vou largar tudo. Eu sei, sou um caso a se estudar. ... quero repousar. Davi não mais sabia o que fazer, não mais tinha a situação sob controle: ele, tão controlador, agora era passageiro, calado, introspectivo, aparentemente pensativo. Nem tudo é o que parece. Maluco, eu também estou numa situação difícil. Não sei o quanto, por isso não posso comparar. Mas, doido, eu não sei mais o que se passa comigo. Minha relação com a Cecília está uma merda. Gosto muito dela, acredito que ela sinta o mesmo, mesmo todo mundo me mostrando o contrário, mesmo as atitudes dela me mostrando o contrário. Davi, tô fudido. Pareciam dois monólogos, cada qual com sua crise existencial e desabafando para si próprio. Como era de se estranhar, Lúcio e Cecília tiveram uma conversa amena, calma, sem brigas ou agressões verbais (nem mesmo um “ah, vai se fuder”), nada de arranhões ou beliscões. Tudo indicava um fim. Diferentemente das outras vezes – onde sempre voltavam o namoro -, agora parecia definitivo, a não ser pelo fato de pertencerem a mesma turma de amigos e se tratarem como se namorados ainda fossem, exceto pelo lado bom da coisa (entenda-se: lado saudável). Por fim, o aparente fim. Lúcio precisava de uma amiga e encontrou em Amélia uma companhia onde poderiam trocar idéias e se divertirem juntos. Suas histórias se entrelaçavam (tudo baseado em fatos reais). Enquanto todos questionavam com o próprio Davi o seu silêncio, ele desejava apenas queria fumar seus cigarros Carlton – tinham acabado. Depois de tantos dias em silêncio, a bomba, na hora supostamente errada, estourou. Em meio a um ensaio da banda, Lúcio e Davi tiveram uma ácida discussão. Discussão como outra qualquer, iniciada por assuntos não resolvidos que se acumularam a ponto de estragar uma amizade. Davi guardou a guitarra, desplugou o equipamento. Tu vais pra onde? Não vai mais tocar? Perguntou Lúcio insano. Acabou, tô indo pra casa, retrucou Davi, e saiu do estúdio. Uma pobre desavença. Um estúpido fim de uma banda de amigos talentosos. Lúcio tinha muita ira e afinidade com Amélia para procurar Davi e tentar resolver problemas sobre relações de amizade – passava o dia inteiro conversando com Amélia. Tanto era assim que da paixão de ambos pela música, especificamente pelo estilo de vida grunge, e contando com a vaga de guitarrista na banda de Amélia, resolveram tocar juntos. A banda agradou. Cansou de covers e resolveram gravar uma demo. Músicas de Davi e Lúcio de tempos atrás foram aprovadas pelo resto dos componentes da nova formação e pelo público local que se formava. Entraram no cenário – a cena mais comum era os dois se beijando apaixonadamente. Não havia resquícios de passado. Não havia histórias passadas nem históricos pessoais. Havia sentimento. Fazia um certo sucesso local A Banda da Rainha Vitória de França. Pareciam felizes, apesar de nem tudo que parece realmente o seja. Diz a Lenda que Davi abandonou o trabalho, e sem despedidas virou andarilho. Foi visto pela última vez com velhos ciganos nos bálcãs. Tocava acordeão, mas não parecia maltrapilho, apesar do desleixo nas roupas e nos cabelos.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A Banda da Rainha Vitória de França


Capítulo II

Entre Lucio e Amélia, muitas e muitas conversa; muito ciúme por parte de Cecília. Lucio, numa voz estridente, foi o que Cecília falou. Depois se seguiram palavrões e arranhões. O motivo era desconhecido por todos os amigos que viam a cena, e principalmente por Lucio. Ainda não foi o fim. Lucio, to indo pra Viçosa, em Minas, cidade universitária, muito rock e tal. Tem uma vaga no carro, tá a fim de ir? A gente num vai gastar muito, vai ser tudo rachado. O convite de Davi era irrecusável. Pois bem, foram, curtiram, beberam, e conheceram muita gente boa. Davi que o diga. Ele conheceu Isaura. E se encantou. E bem rápido assim mesmo. E cogitou largar a vida pra ficar em Viçosa. Teve que voltar; eles tinham uma apresentação marcada, tinham que ensaiar, e sua vida ele tinha que tocar. Fizeram o melhor show que podiam fazer numa palhoça, lugarzinho rústico, a beira-mar. Nem tudo é perfeito, havia uma reclamação. Davi, tu ta bebendo e fumando muito. Cara, não sei o que se passa. Eu sei que estou me estragando por dentro, aliás, já me sinto estragado por dentro. Maluco, isso passa. Diálogo sem sentido, pelo menos para um deles. Há coisas que se fala e somente um tempo depois é possível compreender. Ao fim da conversa virtual: Lucio, vou dormir, o cigarro acabou. Tá bem, mas para de escutar essa música. Flw! Quanto a viagem, ela ficou na memória de ambos, apesar de ter sido apenas um fim de semana. Inda mais porque inspirou Novembro:

Está chegando novembro
(já estava demorando)
Tenho medo do meu coração
Não, ele não está pra enfartar
Mas já estou farto do ciclo que sempre se renova

Talvez seja hora de parar
Parar de beber e fumar
E de dormir cedo e acordar cedo
Eu me sinto estragado por dentro

Vai acabar novembro
O pior está por vir
Depois é tudo novo
O fim na verdade não tem fim
É o começo de um novo ciclo (que sempre se renova)

Talvez seja hora de parar
Parar um pouco pra pensar
E deixar de magoar as pessoas
Eu me sinto estragado por dentro

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A Banda da Rainha Vitória de França



Capítulo I

Não, Davi, a apresentação foi uma merda. Mas, Lúcio, pelo menos serviu de batismo, cara; a gente não teve tempo de preparar um repertório condizente com o local, mas as pessoas que estavam gostaram, e a estrutura colocada a nossa disposição era péssima, isso sim foi uma merda. Tudo bem, também não gostei, deu vontade de descer do palco, mas a gente tem que ganhar uma grana pra gravar o CD demo. Certo, não temos é tempo pra fazer o repertório que aquele gordo quer. Esse foi o diálogo entre Davi e Lucio após a apresentação de sua banda que foi interrompido pela ida a uma rave. As únicas notícias da festa é que Davi se mandou foi cedo, enquanto seu amigo continuou por lá na tentativa de reconciliar-se com a namorada depois de uma discussão em plena entrada da festa por não se sabe qual o motivo. Davi tocava guitarra assim como Lucio, não tão bem quanto, mas tinha vocação para as letras. Lucio namorava Cecília, que não tocava nenhum instrumento, mas era uma boa crítica musical. No início de suas férias da faculdade, Lucio saiu para arejar a cabeça e fumar um cigarro na beira-mar, quem sabe tomar uma água de coco na tentativa de curar a ressaca da festa na noite anterior. Mal sabia que ressaca moral não se cura com água de coco; e não sabe o que exatamente o que fez as vezes de remédio, mas na tal banquinha à beira-mar onde vendiam os tais cocos gelados conheceu Amélia, uma menina vinda de Vitória do Espírito Santo. Ela veio morar com uma tia que tinha acabado de perder o único filho para uma temporada de intercâmbio cultural em algum país que se fala a língua bretã. A conversa fluía bem, igualzinho a fluência na venda de água na festa da noite passada. Era realmente fácil trocar uma idéia, principalmente pelo fato da banda de Lucio tocar especificamente músicas grunge, enquanto Amélia comandava guitarras e vocais em uma banda cover do Hole. Depois disso o de sempre, em vez de números, nomes seguidos do símbolo arroba mais algo e pontocom.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Chá de Alho com Limão

Não sei se seria exagero dizer que chá de alho com limão é a melhor coisa do mundo. Talvez seja exagero sim, há coisas bem melhores, mas o tal chá é muito bom, apesar de ser por muitos odiado. Bom, podem até começar dizendo que a dita infusão tem o sabor horrível, deixa o hálito péssimo e que não passa de um placebo. Tudo bem. O último caso seve apenas àqueles homens de pouca fé. o chá de alho com limão é o supremo dos chás - há controversias quando o assunto é chá. Que, gosta de gripe? Quem gosta de dor de cabeça? E de nariz escorrendo? Febre? Desânimo? Alguém vai de "vontade de fazer nada" (por motivo de doença, não, preguiça - eu sei, preguiça é doença)? Então, experimenta tomar chá de alho com limão antes de dormir e vê se num é a melhor coisa do mundo! Agora alerto, tem um grande defeito. Esse chá é altamente (que palavra escrota) viciante, quiçá alucinógeno. A bem da verdade, eu tomo chá de alho com limão com torradas. Uma maravilha. Tudo bem, não te deixa com hálito dos melhores, mas convenhamos, whisky* também não deixa, e um 12 anos custa muita grana - para meu orçamento, é claro. Por fim, o mestre supremo dos chás não fala mal de ninguém. Eis o grande chá. Tomem, tomem muito chá de alho com limão. Dizem até que previne o câncer. Imagine você daqui uns 30 anos, publicação da revista... uma revista dessas aí que falam sobre atualidades não-fúteis: Quem tomou chá de alho com limão pelo menos uma vez por semana, não extrapolando três, terá 89,95% menos chance de desenvolver qualquer tipo de câncer. Nossa, o que você está esperando, compra logo seu pacotinho de alho e uma dúzia de limões. Na pior das hipóteses você você tempera a feijoada e faz umas caipinhas pra tomar com os amigos (numa reuniãozinha somente para os mais chegados).

* Seria taxado de ufanista se tivesse escrito uísque? Como escoceses e franceses escrevem cachaça? Champagne já foi aportuguesado? Acho que sim. O quê não foi aportuguesado?

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Meu Lugar

Será que eu não fui convidado
Ou será que eu não vi o convite caído debaixo do sofá?
Difícil de imaginar,
Não sei nem o que pensar.
Deixaste só quem sempre estavas contigo
Então, eu vou viajar
Sozinho e disposto
A encontar
Meu lugar.

P.S.: Sei nem o que queria escrever; acabo não sabendo o que disse.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Democracia?




Será mesmo a internet o espaço mais democrático onde o homem já pôde se expressar? Bom, para quem acredita na teoria da conspiração ou desconfia de tudo com um pezinho capitalista, está garantido o benefício da dúvida - sempre utilizam esta experessão, mas realmente não sei quem se beneficia: quem duvida, quem é posto em cheque, ambos, nenhum ou algum terceiro capitalista? Bem, ontem fez 41 anos que executaram o camarada Ernesto, mas isso é conversa para outro post... Retomando, senti-me contemplado com a fota acima, afinal de contas, agora faço parte de um mundo nos limites da hiprocrisia. Vejam só, eu poderia ser um mendigo escrevendo este blog, você estaria me lendo, no entanto seria o mesmo que me deixaria à própria sorte* ao nos cruzarmos pelas ruas.

*Leia-se: Foda-se!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Programa de TV Preferido

Há quem goste do Fantástico, de futebol, do BBB, desenhos animados e até do Domingão do Faustão, mas o meu favorito (não é a Favorita) é a Propaganda Eleitoral. Espero ansioso a quinta-feira. Esse programa passa às terças e quintas, mas só gosto do programa de quinta, pois é o dia dos vereadores; os candidatos a prefeito são muito chatos, sem um pingo de criatividade; eles se resumem a criticar e mostrar os podres dos outros, pura baixaria (muito semelhante ao programa da Márcia Goldsmith), exceto aqueles candidatos sem a menor chance, que apelam pelas reformas impossíveis. Já os candidatos a vereadores são excelentes, humoristas de primeira linha. Não estou de brincadeira, isso não uma criticazinha de blogueiro pé de balcão, é sério mesmo. Só falto rolar no chão de tanto rir. Os caras são de uma criatividade inimitável, coloca no bolso Casseta e CQC fácil. Outro dia tomei um susto, o instrutor da academia onde uma vez por ano apareço, falando na TV, Levarei academia de musculação para as periferias, todos tem o direito de puxar ferro; o cara é muito gente boa, mas realmente a população está ferrado se eleito o universal trainer. E o carroceiro pedindo voto de seus pares em defesa dos interesses da categoria? Estamos numa capital, acredito que é que mais vende carro no Brasil (proporcionalmente falando), acho que a porca é o destino dele. O radialista falando como se estivesse apresentando seu programa matinal; o vereador profissional mendingando por um 5º mandato; a prostituta como o projeto "sexo para todos" (verdade, podem acreditar); o pastor evangélico nem precisou dizer que era pastor, Meu amigo, minha amiga, seu voto é sua salvação e é a partir dele que se libertará!!! (não posso negar que a deixa é boa). Porém, não obstante e contudo, tenho uma pequena crítica a fazer em defesa dos partidos políticos pobres e sem grandes coligações (apesar de também serem uma minoria e eu estar os defendendo, não sou candito a vereador, certo), mas eles tem muito pouco tempo para expor seus projetos e defender suas idéias. Simplesmente dizem, Peço seu voto de confiança; as vezes mal dá tempo dizer o número. Mesmo assim não deixam de ser bons. Bom, chega de programa eleitoral, agora eu vou ver a Favorita.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Reencontro

Sempre chego ao local de trabalho e imediatamente bato o ponto. Sabe como é... trabalhador chega mais cedo somente pra sair mais cedo e nunca ajudar um pouco mais o patrão. O estranho é que hoje, particularmente, eu que não uso lápis, antes de entrar no serviço fui comprar um. Primeira loja que entrei não tinha o tipo que queria - procurava um grafite* - na segunda só tinha informação, o que me deu mais lucro que a anterior. Pois bem, fui na terceira loja, dessa vez uma papelaria completa, e é óbvio que a prateleira estava derramando tanto lápis. Quando, lindo e satisfeito com minha fulga consumerista, dou de cara com uma pessoa que há muito não via. Falei depois do cumprimento habitual (aquele beijo único perto do pescoço combinado com um cheiro em meio a um abraço); Olá, tudo bem? A resposta, Tudo. E contigo? Bem também, retruquei. Pois é, vou indo, bater ponto, sabe como é... Depois disso, subi e bati meu ponto. Pode até paracer que não foi tempo suficiente para fazer com que eu passasse um certo tempo pensando naquele reencontro. "Ela continuava linda; um pouco mais larga na cintura, nada que a deixe menos bela, o contrário, ficou até mais gostosa, apesar de eu achar o antes mais no jeito. Sempre falei, Se fosses minha namorada, não precisaria tomar pílula; Mas... cada qual no melhor caminho. Não entendi ainda, achava que ficaria meio estremecido, saudosista, algo do tipo. Nada. Um reencontro aguado. Engraçado, uma volta imensa antes de entrar no trabalho, e o que acontece... tecnicamente falando, nada!" Outro dia apareceu uma loira linda, por mim não procurava, mas sempre nos encotrávamos. Não há trocas de olhares nem de saudações, mas muitos encontros casuais: na lanchonete, no shopping, no restaurante, na papalaria e em todo lugar nos arredores do meu trabalho. O fato é que minha perna esquerda treme, fico todo sem jeito, não sei pra onde olho, e titubeio antes de fazer qualquer coisa. Faço-me a seguinte pergunta: as coisas não são mais como antes ou apenas se transferem para outras pessoas? Fico na dúvida, no entanto, entre essa dúvida há uma certeza, a de que esta última senhorita vai ficar cada vez mais presente no meu caminho.

*Em algumas regiões chamado de lapiseira.

domingo, 24 de agosto de 2008

Quem é poeta?

Acredito que todas as pessoas gostem de escrever poesias, até as que não sabem ler e escrever. Eu gosto de escrever, de uma forma meio tímida, é verdade, mas escrevo. Na verdade, ainda não sei se sei ler e escrever. Mas pergunto, quem realmente é poeta? Bom, essa pergunta eu também não sei responder. Acho que atualmente os poetas estão diretamente ligados à música. Pra mim os poetas também são músicos. A bem da verdade (da minha verdade), tudo é música. Tudo é som. Bom, mas quem é poeta? Cada um tem o seu poeta ou os seus poetas. Umas das coisas mais belas, mesmo sendo melancólica, que eu já ouvi foi River of Deceit, de Layne Staley. Uma linda poesia. Algo como: "era eu quem deveria ter escrito isso"!

Rio de Decepção
Minha dor é escolhida.
Pelo menos, o profeta disse.
Eu poderia me queimar
Ou cortar meu orgulho e ganhar um pouco de tempo.
Uma cabeça repleta de mentiras é o peso amarrado em minha cintura.
O rio de decepção puxa pra baixo.
A única direção pra qual fluímos é pra baixo.
Minha dor é escolhida.
Pelo menos, eu acredito que seja.
Eu poderia me afogar
Ou tirar minha pele e nadar pra margem.
Agora eu posso cultivar uma bonita concha pra todos verem.
O rio de decepção puxa tudo pra baixo.
A única direção pra qual fluímos é pra baixo.
A dor é escolhida.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Mulher no Volante

Mulher no volante, perigo constan... não, não. Quem ainda acredita na força deste malfadado ditado popular* se esquece da nova lei que proíbe qualquer quantidade de álcool no sangue e volante. A chamada lei seca pune severamente motorista imprudentes e irresponsáveis que enchem a lata de cachaça** e saem digirindo seus veículos de forma a proporcionar muito perigo aos demais, veio em boa hora, uma vez que temos altíssimos índices de violência de trânsito (não que isto vá acabar com os acidentes, mas diminui bastante). Para os ordeiros tem uma ótima solução: levar a mulher, namorada, irmã etc para as divertidas reuniões com amigos e bebidas. O lema agora é: Mulher no volante, perigo distante (Fui muito político?). Não que mulher não beba ou não deva beber, muito menos que sirva apenas de motorista, mas sejamos inteligentes, unindo o útero ao degradável, vamos levar conosco nossas mulheres pra qualquer lugar, afinal, ninguém nunca sabe quando vai rolar aquele chopp geladinho... Dionísio agradece.

* Na verdade não passa de uma piada machista sem graça (Fui novamente político?)
**A nova lei também pune aqueles que "apenas tomam só uma dosezinha".

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Mad Season

Dois malucos - e doidos por música - se encontram em clínica de reabilitação. O momento é complicado, acabou a estação dos cogumelos alúcinogenos, conhecida como algo no rumo de "estação louca". A abstinência é terrível. Logo veio a idéia de formar uma banda de rock. Não uma simples banda de rock, uma banda de grunge, a melhor banda de grunge. Um tocava baixa e o outro, guitarra. Faltava um linha de frente que também fosse chegado num cogumelo... Pronto, some-se ao grupo um baterista de uma banda pioneira de Seattle. Eis o Mad Season, que contava com Layne Staley, Mike McCready, John Baker Saunders, Barrett Martin, e teve grande partipação de Mark Lanegan, outro grande nome dos primordios do grunge. A banda nunca acabou oficialmente, mas tanto Layne como John supostamente foram vítimas de speed ball e overdose de heroína, nesta ordem. Músicas que valem a pena ouvir, mesmo quem não curte grunge ou mesmo rock: River of Deceit, I Don't Know Anything e Lifeless Dead.

domingo, 20 de julho de 2008

Sem Paúra

Tudo o que eu tenho é uma mala e um violão
E no momento uma carteira de cigarros e uma caixa de fósforos.
A brasa queima devagar,
Tão devagar,
Mesmo assim consigo vencê-la.
Um verdadeiro exercício de paciência.

Um a um vou fumando,

Um a um vou vencendo.

Os fósforos queimando!

os cigarros acendendo!

Um velho amigo (ou inimigo) vou vencendo.
Mas tudo muda, tudo muda
O mundo gira, o mundo muda.
Por enquanto vou queimando,
Por enquanto vou fumando.
Mais um pouco, estou lutando,
Por enquanto estou vencendo.

Um dia vou perder, mas sem paúra.


terça-feira, 8 de julho de 2008

Sem Net

Droga, passei cerca de dois meses sem internet. Tudo graças a banco que se diz dar descontos às pessoas, mas que no meu caso descontou foi meu tempo. Tudo bem, agora posso ler e postar, sorrir e cantar, morrer ou chorar, mas tudo que eu devia fazer era apenas estudar. Que nada, tenho um show bem aí, vou ensaiar e tocar, e antes e depois da apresentação: beber e fumar!

terça-feira, 6 de maio de 2008

Verdades

Mais uma vez estão os noticiários diários a noticiar as mesmas, digo (pra não ser tão repetitivo como os jornais), os mesmos acontecimentos. Chega de explorar a desgraça alheia, até agora ninguém nem sabe o que, de fato, tenha ocorrido. Tudo não passa de especulações, e novas teorias sobre os mesmos velhos fatos aparecem toda semana, para que na semana seguinte se repita como um ciclo "viciado", e isto acontece por pura incompetência destes propagadores de estórias mirabolantes, que são tão ruins a ponto de repetirem tais "pensamentos" por não conseguirem criar novos absurdos. Batem na mesma tecla de um piano desafinado, o quê provaca uma horrível dor de cabeça mesmo no ouvinte com um nível um pouco abaixo do famoso "homem mediano" (aquele que mede aproximandamente 1,78 m. Ahn?). Com todo o respeito de um comunista da época de faculdade, mas o que Влади́мир Ильи́ч Улья́нов, ou melhor, Vladimir Ilie Ulianov, o Camarada Lênin, para os mais chegados, Lenine, falou é uma imensa besteira. Não existe verdade nem mentira, o que existe é o contador de histórias que em determinada palestra pode ser convicente ou não.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Telejornais

Não sou muito de ver TV, mas procuro me informar sobre o que acontece no mundo pelos telejornais. Há uma semana, mais ou menos, as notícias eram: Surto de dengue no Rio; Quem é o culpado da morte pela menina Isabella: e Continuam as enchentes no NE. Hoje resolvi novamente me atualizar, as notícias eram: Surto de dengue no Rio; Quem é o culpado pela morte da menina Isabella: e Continuam as enchentes no NE.
Resta-me ver os Simpsons - está passando todos os dias na TV aberta, e que, por um pouco de sensatez, aqui no Brasil não foi proibido.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Você e Eu

Sete e sete

Quinze

Cinco

Menos nós

Dois

Você entre nós dois

sexta-feira, 7 de março de 2008

A Vida Que Sonhei

“Hoje tenho que a vida que sempre sonhei. Não preciso mais ajudar o pai no armazém, nada de carregar saco de arroz nem cereal algum; nada de ficar horas depois do expediente conferindo mercadoria ou prestando conta do caixa... nada de cidade do interior. Hoje eu moro na capital, tenho um excelente emprego, muito bem remunerado, tenho independência, tenho meu apartamento - minha casa, minha – e não escuto ninguém me mandando fazer. tem uma geladeira cheia de cerveja e não preciso fumar escondido ( a carteira de cigarros fica aqui mesmo em cima da mesa da sala). Trabalho em casa, num preciso nem escutar blablablá de chefe. Passo o dia em casa, moro sozinho e num tem ninguém pra me encher o saco. Que maravilha. Engraçado, só sei o que se passa no mundo graças aos portais de informação da rede mundial de computadores, mas deixo a TV ligada o dia inteiro, nem sei o porquê.”

Ahn! Davi, tu estais aí? Acende a lâmpada! Cadê o pai e a mãe? Cara, eu tive um sonho bizarro. Começava até bem, tudo que eu sempre quis, mas, meu irmão, parecia que eu era um escravo e estava era preso. Nam, nunca mais penso nisso. Não quero mais nem pensar em sair daqui de perto de vocês. Tu não vai acreditar, mas o sonho era tão real que até musica de fundo tinha, Simple Man, do Graham Nash. Apaga a luz, velho, qua amanhã eu tenho um monte de coisas pra fazer no armazém e eu não posso ficar aqui parado – acordado.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

A história por trás da imagem!‏

Na verdade este um post é apenas indicando um link de outro blog num post espetacular, onde é mostrado fotos famosas e a história que rodeia cada uma das fotografias publicadas. Muito bom mesmo!!!!!!
A história por trás da imagem!‏

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Justiça em Migalhas


Migalhas 1.704, de 26 de julho de 2007
Leitor envia íntegra da sentença do juiz Gerivaldo Alves Neiva, de Conceição do Coité/BA
O advogado e migalheiro Elcio Aparecido Vicente enviou à redação de Migalhas a íntegra da sentença "O Celular do Carpinteiro", do juiz Gerivaldo Alves Neiva, de Conceição do Coité/BA, sobre defeito em aparelho celular. Veja abaixo.
A sentença na íntegra:

Ementa:
Utilização adequada de aparelho celular. Defeito. Responsabilidade solidária do fabricante e fornecedor.
Processo Número: 0737/05
Quem Pede: José de Gregório Pinto
Contra quem: Lojas Insinuante Ltda, Siemens Indústria Eletrônica S.A e Starcell Computadores e Celulares.
Vou direto ao assunto.
O marceneiro José de Gregório Pinto, certamente pensando em facilitar o contato com sua clientela, rendeu-se à propaganda da Loja Insinuante de Coité e comprou um telefone celular, em 19 de abril de 2005, por suados cento e setenta e quatro reais.
Leigo no assunto, é certo que não fez opção por fabricante. Escolheu pelo mais barato ou, quem sabe até, pelo mais bonitinho: o tal Siemens A52. Uma beleza!
Com certeza foi difícil domar os dedos grossos e calejados de marceneiro com a sensibilidade e recursos do seu Siemens A52, mas o certo é que utilizou o aparelhinho até o mês de junho do corrente ano e, possivelmente, contratou muitos serviços. Uma maravilha!
Para sua surpresa, diferente das boas ferramentas que utiliza em seu ofício, em 21 de junho, o aparelho deixou de funcionar. Que tristeza: seu novo instrumento de trabalho só durou dois meses. E olha que foi adquirido legalmente nas Lojas Insinuante e fabricado pela poderosa Siemens..... Não é coisa de segunda-mão, não! Consertado, dias depois não prestou mais... Não se faz mais conserto como antigamente!
Primeiro tentou fazer um acordo, mas não quiseram os contrários, pedindo que o caso fosse ao Juiz de Direito.
Caixinha de papelão na mão, indicando que se tratava de um telefone celular, entrou seu Gregório na sala de audiência e apresentou o aparelho ao Juiz: novinho, novinho e não funciona. De fato, o Juiz observou o aparelho e viu que não tinha um arranhão.
Seu José Gregório, marceneiro que é, fabrica e conserta de tudo que é móvel. A Starcell, assistência técnica especializada e indicada pela Insinuante, para surpresa sua, respondeu que o caso não era com ela e que se tratava de "placa oxidada na região do teclado, próximo ao conector de carga e microprocessador." Seu Gregório:o que é isto? Quem garante? O próprio que diz o defeito diz que não tem conserto....
Para aumentar sua angústia, a Siemens disse que seu caso não tinha solução neste Juizado por motivo da "incompetência material absoluta do Juizado Especial Cível – Necessidade de prova técnica." Seu Gregório: o que é isto? Ou o telefone funciona ou não funciona! Basta apertar o botão de ligar. Não acendeu, não funciona. Prá que prova técnica melhor?
Disse mais a Simens: "o vício causado por oxidação decorre do mau uso do produto." Seu Gregório: ora, o telefone é novinho e foi usado apenas para falar. Para outros usos, tenho outras ferramentas. Como pode um telefone comprado na Insinuante apresentar defeito sem solução depois de dois meses de uso? Certamente não foi usado material de primeira. Um artesão sabe bem disso.
O que também não pode entender um marceneiro é como pode a Siemens contratar um escritório de advocacia de São Paulo, por pouco dinheiro não foi, para dizer ao Juiz do Juizado de Coité, no interior da Bahia, que não vai pagar um telefone que custou cento e setenta e quatro reais? É, quem pode, pode! O advogado gastou dez folhas de papel de boa qualidade para que o Juiz dissesse que o caso não era do Juizado ou que a culpa não era de seu cliente! Botando tudo na conta, com certeza gastou muito mais que cento e setenta e quatro para dizer que não pagava cento e setenta e quatro reais! Que absurdo!
A loja Insinuante, uma das maiores e mais famosas da Bahia, também apresentou escrito de advogado, gastando sete folhas de papel, dizendo que o caso não era com ela por motivo de "legitimatio ad causam", também por motivo do "vício redibitório e da ultrapassagem do lapso temporal de 30 dias" e que o pobre do seu Gregório não fez prova e então "allegatio et non probatio quasi non allegatio."
E agora seu Gregório?
Doutor Juiz, disse Seu Gregório, a minha prova é o telefone que passo às suas mãos! Comprei, paguei, usei poucos dias, está novinho e não funciona mais! Pode ligar o aparelho que não acende nada! Aliás, Doutor, não quero mais saber de telefone celular, quero apenas meu dinheiro de volta e pronto!
Diz a Lei que no Juizado não precisa advogado para causas como esta. Não entende seu Gregório porque tanta confusão e tanto palavreado difícil por causa de um celular de cento e setenta e quatro reais, se às vezes a própria Insinuante faz propaganda do tipo: "leve dois e pague um!" Não se importou muito seu Gregório com a situação: um marceneiro não dá valor ao que não entende! Se não teve solução na amizade, Justiça é para isso mesmo!
Está certo Seu Gregório: O Juizado Especial Cível serve exatamente para resolver problemas como o seu. Não é o caso de prova técnica: o telefone foi apresentado ainda na caixa, sem um pequeno arranhão e não funciona. Isto é o bastante! Também não pode dizer que Seu Gregório não tomou a providência correta, pois procurou a loja e encaminhou o telefone à assistência técnica. Alegou e provou!
Além de tudo, não fizeram prova de que o telefone funciona ou de que Seu Gregório tivesse usado o aparelho como ferramenta de sua marcenaria. Se é feito para falar, tem que falar!
Pois é Seu Gregório, o senhor tem razão e a Justiça vai mandar, como de fato está mandando, a Loja Insinuante lhe devolver o dinheiro com juros legais e correção monetária, pois não cumpriu com sua obrigação de bom vendedor. Também, Seu Gregório, para que o Senhor não se desanime com as facilidades dos tempos modernos, continue falando com seus clientes e porque sofreu tantos dissabores com seu celular, a Justiça vai mandar, como de fato está mandando, que a fábrica Siemens lhe entregue, no prazo de 10 dias, outro aparelho igualzinho ao seu. Novo e funcionando!
Se não cumprirem com a ordem do Juiz, vão pagar uma multa de cem reais por dia!
Por fim, Seu Gregório, a Justiça vai dizer a assistência técnica, como de fato está dizendo, que seu papel é consertar com competência os aparelhos que apresentarem defeito e que, por enquanto, não lhe deve nada.
À Justiça ninguém vai pagar nada. Sua obrigação é fazer Justiça!
A Secretaria vai mandar uma cópia para todos. Como não temos Jornal próprio para publicar, mande pelo correio ou por Oficial de Justiça.
Se alguém não ficou satisfeito e quiser recorrer, fique ciente que agora a Justiça vai cobrar.
Depois de tudo cumprido, pode a Secretaria guardar bem guardado o processo!
Por último, Seu Gregório, os Doutores advogados vão dizer que o Juiz decidiu "extra petita", quer dizer, mais do que o Senhor pediu e também que a decisão não preenche os requisitos legais. Não se incomode. Na verdade, para ser mais justa, deveria também condenar na indenização pelo dano moral, quer dizer, a vergonha que o senhor sentiu, e no lucro cessante, quer dizer, pagar o que o Senhor deixou de ganhar.
No mais, é uma sentença para ser lida e entendida por um marceneiro.
Conceição do Coité, 21 de setembro de 2005
Gerivaldo Alves Neiva
Juiz de Direito

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

O Tempo, a Lua e o Alento

Eu estava aqui. E você sonhou.
Só tentava ser eu, mas você me enganou.
Tentei, esperei você notar
Que nem tudo é feito assim
O defeito que se tem é sorrir pra si.

Eu estava aqui. E você sonhou.
Só tentava ser eu, mas você revelou.
Tentei, esperei você voltar.
Notar que nem tudo é feito assim
Tentei acreditar tanto em você
E acabei esquecendo o fim.

O final é assim,
Eu por você e não você por mim.
Custa-se acreditar. Ser uma folha de papel.
Do final se tem o céu, o réu e as estrelas,
As estrelas? Sim, as estrelas... ah! Como eu adoro vê-las,
Com elas aponto o fim, ou até mesmo o começo. Eu sou assim!
Posso ver, não posso ter,
Sou o fim e o começo,
Desse jeito eu esqueço "o que você foi pra mim"?

São Luís (MA), 27.1.2008.
VICENTE PRAZERES NUNES DA SILVA

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Dois

Eu provei da Rosa.
Eu conheci a Flor.
Vivi tão bem com a Eva.
(Eu tenho tanto amor)

Não sei o que eu faço
Porque sou apenas um.
O certo é que eu quero,
Quero todas pra mim.

No entanto,
Tanto amor
Pode acabar por ti machucar,
E por isso deixei todas por uma.
Todo amor que há agora é teu.
Sou feliz agora, não me interessa o depois,
Mas da próxima vez
em vez de um quero ser dois.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Distorção

Dois irmão resolvem montar uma banda em num novo estilo musical que está surgindo, mais precismente um seguimento do rock. Este irmãos são donos de talentos inconstestáveis. O mais velho toca guitarra e é lider da banda, enquanto o mais moço manda nos vocais. Um problema, os caras vivem brigando um com o outro, passam tempos intrigados, contusdo, a banda subsiste por um longo tempo. A banda é britânica, e a partir de um movimento cria uma espécie de música inspirada neste moviemento e inspira as bandas posteriores. Estou falando de The Kinks e os irmãos Dave Davies e Ray Davies. O primeiro não nada menos que o invetor da distorção, fundamental para o som das guitarras rock'n roll (na verdade disseminada em praticamente todos os estilos musicais) que ouvimos hoje. Como ele conseguiu isso? Puro experimentalismo. Talvez uma pitada de derivados de anfetamina, ou não ( de fato, estamos em 1963, e o Jefferson Airplane ainda não lançou aquelas imagens coloridas com silhuetas de casais transando ao som contínuo e envolvente de guitarras e seus pares). Bom, o que o cara fez foi cravar um lápis no no cone do auto-falante, também enfiou um determinada quantidade de agulhas no equipamento. Resultado: um som totalemente distorcido e jamais visto em uma guitarra. Não é só isso, com lançamento de You Really Got Me, eles deram base para o que seria mais tarde chamado de Hard Rock e de Heavy Metal. Foi o chamado powerchord, ou acordes fortes, presentes nas músicas do Smoke On The Water (Deep Purple) e Paranoid (Black Sabbath), por exemplo.
Bom, mas eu sei que você achava que estava falando dos irmãos Gallagher. Não é por menos, o movimento do qual mencionei onde o The Kinks eram seguidores era o mod, que foi resgatado por bandas como Oasis e Blur para formarem o que ficou conhecido como BritPop. Ora, Rock'n Roll, criação americana que invade o mundo; os ingleses respondem com a chamada invasão inglesa, ou onda inglesa, com bandas como Beatles, Stones e o próprio The Kinks. Mais uma vez o rock americano infesta o mundo o mundo tal qual fazem o cearenses, o Grunge; a resposta britânica desta vez é o BritPop. Grandes semelhanças. Ouçam (vejam) You Really Got Me.