quinta-feira, 23 de julho de 2009

A viagem ao rio dos peixes vegetarianos




Capítulo I


“Não sei exatamente onde tudo começou. Foi na viagem pra Morros ou na viagem do pôr do sol? Não importa, pois se começou, terá fim.” Denis nem sabia o que estava acontecendo. No meio de sua viagem o cigarro acabou, a sorte é que Leo ligou no mesmo instante e teve a boa vontade de se presta de salva-vícios. Como sempre, seus olhos tinham aquela aparência de natureza morta, o mundo parecia pequeno; era como se a Terra se movimentasse de forma mais lenta. Ta fazendo o quê? Vamo tomar umas cervas. Não posso Leo, tenho prova de vestibular no fim do mês, e preciso estudar, esse ano é minha vez, não posso passar sem passar. Ainda é terça-feira. Ta beleza, então. Fica com uns quatro cigarros aí, vou dá uma passada no Club e vê se tem alguém afim de tomar uma por lá. Valeu, muito obrigado mesmo, salvou meu vício. No decorrer da semana Denis se viu estudando, estudando e sem companhia. No sábado Leo passou em sua casa, foram pro Club, encontraram a turma e decidiram ir a um barzinho onde tocava uma banda cover do Led Zeppelin. Denis conheceu uma galera, fez amizades (bem rápido) e de lá já combinaram passarem o fim de semana em Morros, cidade com um rio quase despoluído perto da capital. Na viagem ouviram muito Beatles, e Denis conversou bastante com Carol, um entrosamento bem natural. Acamparam na beira-rio e depois de uma tarde de certo modo cansativa, beberam vinho (esquentados por uma fogueira que mais parecia um isqueiro). Os mosquitos eram um grande incômodo, o gênio sugeriu ascender uma palhoça, Denis, a principio contra, entrou na roda quando viu Carol participar da brincadeira. Voltaram logo na manhã seguinte. Combinaram muito o quê fazer no fim de semana seguinte, uma delas uma pequena reunião na casa de Denis (seus pais tinham viajado pra mesma cidade, no entanto eles não curtiam barracas nem fogueiras). Leo cheio de novidades, levou lisérgico pra reunião. De uma maneira não esparrosa, falou da do novo passa tempo. Denis foi contra, mas os argumentos foram convincentes. Não as palavras, mas as atitudes de Carol, que entrava na dança como quem vive a vida sem pensar em fazer mal alguém, senão a si mesma. Denis, tu ainda aquele Sgt. Peppers? Uma banda dessas pede uma banda disso. Não velho, tô fora. Acabou acompanhando Carol. Quando chegou em "Being for the Benefit of Mr. Kite! eles já estavam em outra realidade paralela qualquer.

sábado, 2 de maio de 2009

La Naturaleza



O quê eu vejo, senão tua face?
Faça-se a vida por mim,
Faça-se a natureza.
Façamos amor, meu amor!

La naturaleza es un prisma de un color

Minha natureza é o amor.
Façamos tudo bem aqui,
Vamos curitr uma natureza
Só não respondo por ti.

La naturaleza es una vida sin fin

sexta-feira, 27 de março de 2009

Um longo tempo...



Sem escrever, sem olhar o blog. Falta de tempo? Claro que não, o tempo é uma das poucas coisa eternas (levando-se em consideração que ele nunca começou, logicamente nunca terminará, ou seja, é eterno). Bom, é plena quinta-feira, tenho muito o que fazer amanhã - como em todos os dias, claro -, mas resolvi voltar às velhas práticas: comprei minhas 4 longnecks, minha carteira de carlton, escutei uma boa música, e fiz música (dessa vez fiz apenas a letra, vou esperar meu velho amigo pra gente fazer a melodia, afinal a música é sobre ele - acho que ele não vai gostar, mas só depois eu falo essa parte da história). Muito bom rever velhos conceitos, melhor reviver velhas manias, e beber sozinho é uma boa velha mania. Tão boa que me trouxe aqui (não que isso seja o único fato a me trazer aqui). Estou mais responsável, não ao ponto almeijado, mas encaminhado, apesar de ainda carregar vício antigos. A vida é uma composição de trato sucessivo, seja isso o que quer que seja. Gosto de ler blogs alheios, gosto do meu blog, gosto de escrever, e tenho que terminar meu livro que ainda nem comecei - exceto pela idéia geral da história: A reencarnação de Kafka.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Sete horas de sono

É complicado ficar sem rumo, sem objetivos concretos. Ano novo sempre gera expectativas de mudanças. É crise pra lá, crise pra todo lado; ano novo, novas expectativas de mudança, presidente novo, uma nova esperança. Mesmo assim continuo nessa... nessa de não saber bem o que fazer, a não ser o que sempre faço. Preciso de algo novo, um desafio, algo que dê prazer em conquistar. O quê, eu não sei. Acordo meio sem vontade de fazer nada, arrasto-me o restante do enfadonho dia fazendo minhas obrigações diárias. Enumerei algumas metas para este ano, mas sinceramente, elas não me empolgam. Não tenho um sonho serquer para realizar. Estou em paz, tenho porto mas não tenho vento, tento que me estimular. Só penso em ir embora pro campo, morar sozinho numa casinha simples e passar os dia inteiro sem fazer nada - a não ser as obrigações diárias. Ter um contato completo com a natureza. "Eu não como enlatados". Acho que preciso dormir um pouco mais cedo.

domingo, 28 de dezembro de 2008

A Banda da Rainha Vitória de França


Capítulo III

Lúcio, não sei o que ta acontecendo comigo. Aliás, talvez eu até saiba. Não, eu acho que não sei, mas sinto algo se repetindo. Estou cansado. Está tudo errado. Vou largar tudo. Eu sei, sou um caso a se estudar. ... quero repousar. Davi não mais sabia o que fazer, não mais tinha a situação sob controle: ele, tão controlador, agora era passageiro, calado, introspectivo, aparentemente pensativo. Nem tudo é o que parece. Maluco, eu também estou numa situação difícil. Não sei o quanto, por isso não posso comparar. Mas, doido, eu não sei mais o que se passa comigo. Minha relação com a Cecília está uma merda. Gosto muito dela, acredito que ela sinta o mesmo, mesmo todo mundo me mostrando o contrário, mesmo as atitudes dela me mostrando o contrário. Davi, tô fudido. Pareciam dois monólogos, cada qual com sua crise existencial e desabafando para si próprio. Como era de se estranhar, Lúcio e Cecília tiveram uma conversa amena, calma, sem brigas ou agressões verbais (nem mesmo um “ah, vai se fuder”), nada de arranhões ou beliscões. Tudo indicava um fim. Diferentemente das outras vezes – onde sempre voltavam o namoro -, agora parecia definitivo, a não ser pelo fato de pertencerem a mesma turma de amigos e se tratarem como se namorados ainda fossem, exceto pelo lado bom da coisa (entenda-se: lado saudável). Por fim, o aparente fim. Lúcio precisava de uma amiga e encontrou em Amélia uma companhia onde poderiam trocar idéias e se divertirem juntos. Suas histórias se entrelaçavam (tudo baseado em fatos reais). Enquanto todos questionavam com o próprio Davi o seu silêncio, ele desejava apenas queria fumar seus cigarros Carlton – tinham acabado. Depois de tantos dias em silêncio, a bomba, na hora supostamente errada, estourou. Em meio a um ensaio da banda, Lúcio e Davi tiveram uma ácida discussão. Discussão como outra qualquer, iniciada por assuntos não resolvidos que se acumularam a ponto de estragar uma amizade. Davi guardou a guitarra, desplugou o equipamento. Tu vais pra onde? Não vai mais tocar? Perguntou Lúcio insano. Acabou, tô indo pra casa, retrucou Davi, e saiu do estúdio. Uma pobre desavença. Um estúpido fim de uma banda de amigos talentosos. Lúcio tinha muita ira e afinidade com Amélia para procurar Davi e tentar resolver problemas sobre relações de amizade – passava o dia inteiro conversando com Amélia. Tanto era assim que da paixão de ambos pela música, especificamente pelo estilo de vida grunge, e contando com a vaga de guitarrista na banda de Amélia, resolveram tocar juntos. A banda agradou. Cansou de covers e resolveram gravar uma demo. Músicas de Davi e Lúcio de tempos atrás foram aprovadas pelo resto dos componentes da nova formação e pelo público local que se formava. Entraram no cenário – a cena mais comum era os dois se beijando apaixonadamente. Não havia resquícios de passado. Não havia histórias passadas nem históricos pessoais. Havia sentimento. Fazia um certo sucesso local A Banda da Rainha Vitória de França. Pareciam felizes, apesar de nem tudo que parece realmente o seja. Diz a Lenda que Davi abandonou o trabalho, e sem despedidas virou andarilho. Foi visto pela última vez com velhos ciganos nos bálcãs. Tocava acordeão, mas não parecia maltrapilho, apesar do desleixo nas roupas e nos cabelos.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A Banda da Rainha Vitória de França


Capítulo II

Entre Lucio e Amélia, muitas e muitas conversa; muito ciúme por parte de Cecília. Lucio, numa voz estridente, foi o que Cecília falou. Depois se seguiram palavrões e arranhões. O motivo era desconhecido por todos os amigos que viam a cena, e principalmente por Lucio. Ainda não foi o fim. Lucio, to indo pra Viçosa, em Minas, cidade universitária, muito rock e tal. Tem uma vaga no carro, tá a fim de ir? A gente num vai gastar muito, vai ser tudo rachado. O convite de Davi era irrecusável. Pois bem, foram, curtiram, beberam, e conheceram muita gente boa. Davi que o diga. Ele conheceu Isaura. E se encantou. E bem rápido assim mesmo. E cogitou largar a vida pra ficar em Viçosa. Teve que voltar; eles tinham uma apresentação marcada, tinham que ensaiar, e sua vida ele tinha que tocar. Fizeram o melhor show que podiam fazer numa palhoça, lugarzinho rústico, a beira-mar. Nem tudo é perfeito, havia uma reclamação. Davi, tu ta bebendo e fumando muito. Cara, não sei o que se passa. Eu sei que estou me estragando por dentro, aliás, já me sinto estragado por dentro. Maluco, isso passa. Diálogo sem sentido, pelo menos para um deles. Há coisas que se fala e somente um tempo depois é possível compreender. Ao fim da conversa virtual: Lucio, vou dormir, o cigarro acabou. Tá bem, mas para de escutar essa música. Flw! Quanto a viagem, ela ficou na memória de ambos, apesar de ter sido apenas um fim de semana. Inda mais porque inspirou Novembro:

Está chegando novembro
(já estava demorando)
Tenho medo do meu coração
Não, ele não está pra enfartar
Mas já estou farto do ciclo que sempre se renova

Talvez seja hora de parar
Parar de beber e fumar
E de dormir cedo e acordar cedo
Eu me sinto estragado por dentro

Vai acabar novembro
O pior está por vir
Depois é tudo novo
O fim na verdade não tem fim
É o começo de um novo ciclo (que sempre se renova)

Talvez seja hora de parar
Parar um pouco pra pensar
E deixar de magoar as pessoas
Eu me sinto estragado por dentro

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A Banda da Rainha Vitória de França



Capítulo I

Não, Davi, a apresentação foi uma merda. Mas, Lúcio, pelo menos serviu de batismo, cara; a gente não teve tempo de preparar um repertório condizente com o local, mas as pessoas que estavam gostaram, e a estrutura colocada a nossa disposição era péssima, isso sim foi uma merda. Tudo bem, também não gostei, deu vontade de descer do palco, mas a gente tem que ganhar uma grana pra gravar o CD demo. Certo, não temos é tempo pra fazer o repertório que aquele gordo quer. Esse foi o diálogo entre Davi e Lucio após a apresentação de sua banda que foi interrompido pela ida a uma rave. As únicas notícias da festa é que Davi se mandou foi cedo, enquanto seu amigo continuou por lá na tentativa de reconciliar-se com a namorada depois de uma discussão em plena entrada da festa por não se sabe qual o motivo. Davi tocava guitarra assim como Lucio, não tão bem quanto, mas tinha vocação para as letras. Lucio namorava Cecília, que não tocava nenhum instrumento, mas era uma boa crítica musical. No início de suas férias da faculdade, Lucio saiu para arejar a cabeça e fumar um cigarro na beira-mar, quem sabe tomar uma água de coco na tentativa de curar a ressaca da festa na noite anterior. Mal sabia que ressaca moral não se cura com água de coco; e não sabe o que exatamente o que fez as vezes de remédio, mas na tal banquinha à beira-mar onde vendiam os tais cocos gelados conheceu Amélia, uma menina vinda de Vitória do Espírito Santo. Ela veio morar com uma tia que tinha acabado de perder o único filho para uma temporada de intercâmbio cultural em algum país que se fala a língua bretã. A conversa fluía bem, igualzinho a fluência na venda de água na festa da noite passada. Era realmente fácil trocar uma idéia, principalmente pelo fato da banda de Lucio tocar especificamente músicas grunge, enquanto Amélia comandava guitarras e vocais em uma banda cover do Hole. Depois disso o de sempre, em vez de números, nomes seguidos do símbolo arroba mais algo e pontocom.