quinta-feira, 8 de novembro de 2007

O Mito do Anão de Jardim.

Capítulo I

Por favor, Mãe, eu vou com o Cazuza e a Denise; Não, você não vai, eu já disse, não insista. E Valéria só tinha uma coisa a fazer: Drama. Foi para seu quarto e chorou até esquecer que sua mãe não a deixou sair com seu primo e a namorada dele. E Cazuza não percebeu que foi ele que deu o ponta-pé inicial num mito que há muito sobrevive nesta erma cidade de nome folclórico ? IARA. Em IARA tudo é muito tranqüilo. Todo mundo se conhece; as crianças brincam na rua, os jovens ?aprontam as suas?, os velhos jogam dominó na praça, e as velhas discutem a vida alheia numa profundidade hegeliana. Há uma sorveteria, onde, às vezes, alguns jovens fazem as vezes das velhas. Diversão mesmo, só na casa dos amigos, principalmente quando os pais desses amigos se ausentam. Os Pais da Denise costumam viajar, e ela costuma fazer algumas festinhas com seus chegados. O problema é seu irmão Netinho. Carinha mais chato, não participa das festinhas e ainda entrega a irmã. Dia desses Denise vai à casa de Valéria. Val, adivinha? Papai viajou. Te prepara pro fuá; Pois vamos chamar a Valkíria; Teu irmão vai ta lá? Mulher, ele é até bonitinho, mas é muito chato, um anti-social que vive entocado dentro do quarto, e ainda dedura a gente; Não te preocupa, depois eu convenço ele a não falar nada pra meu papai. Muitas vezes essa distinta reunião se repetiu; sempre regadas a muito álcool. Na festa, todas elas muito bêbadas, e muito felizes ? pelos menos na hora que estavam fora de órbita. Tudo era muito hilário pra elas, até o dia que Cazuza trocou Denise por um arquétipo desses que se encontra em circo (era isso que pensava Denise). Pronto, tudo é motivo pra chorar. Tinha vez que Denise, bêbada, sem dizer nada, caía no choro; Valéria via a cena, e também começa a chorar; olhava pro lado, Valkíria aos prantos. Todas choravam. Todas bêbadas. Todas tristes. Bares, festinhas, bebidas, e uma grande amizade entre as três. Muitos risos e muitas lágrimas também.

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