quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A Banda da Rainha Vitória de França



Capítulo I

Não, Davi, a apresentação foi uma merda. Mas, Lúcio, pelo menos serviu de batismo, cara; a gente não teve tempo de preparar um repertório condizente com o local, mas as pessoas que estavam gostaram, e a estrutura colocada a nossa disposição era péssima, isso sim foi uma merda. Tudo bem, também não gostei, deu vontade de descer do palco, mas a gente tem que ganhar uma grana pra gravar o CD demo. Certo, não temos é tempo pra fazer o repertório que aquele gordo quer. Esse foi o diálogo entre Davi e Lucio após a apresentação de sua banda que foi interrompido pela ida a uma rave. As únicas notícias da festa é que Davi se mandou foi cedo, enquanto seu amigo continuou por lá na tentativa de reconciliar-se com a namorada depois de uma discussão em plena entrada da festa por não se sabe qual o motivo. Davi tocava guitarra assim como Lucio, não tão bem quanto, mas tinha vocação para as letras. Lucio namorava Cecília, que não tocava nenhum instrumento, mas era uma boa crítica musical. No início de suas férias da faculdade, Lucio saiu para arejar a cabeça e fumar um cigarro na beira-mar, quem sabe tomar uma água de coco na tentativa de curar a ressaca da festa na noite anterior. Mal sabia que ressaca moral não se cura com água de coco; e não sabe o que exatamente o que fez as vezes de remédio, mas na tal banquinha à beira-mar onde vendiam os tais cocos gelados conheceu Amélia, uma menina vinda de Vitória do Espírito Santo. Ela veio morar com uma tia que tinha acabado de perder o único filho para uma temporada de intercâmbio cultural em algum país que se fala a língua bretã. A conversa fluía bem, igualzinho a fluência na venda de água na festa da noite passada. Era realmente fácil trocar uma idéia, principalmente pelo fato da banda de Lucio tocar especificamente músicas grunge, enquanto Amélia comandava guitarras e vocais em uma banda cover do Hole. Depois disso o de sempre, em vez de números, nomes seguidos do símbolo arroba mais algo e pontocom.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Chá de Alho com Limão

Não sei se seria exagero dizer que chá de alho com limão é a melhor coisa do mundo. Talvez seja exagero sim, há coisas bem melhores, mas o tal chá é muito bom, apesar de ser por muitos odiado. Bom, podem até começar dizendo que a dita infusão tem o sabor horrível, deixa o hálito péssimo e que não passa de um placebo. Tudo bem. O último caso seve apenas àqueles homens de pouca fé. o chá de alho com limão é o supremo dos chás - há controversias quando o assunto é chá. Que, gosta de gripe? Quem gosta de dor de cabeça? E de nariz escorrendo? Febre? Desânimo? Alguém vai de "vontade de fazer nada" (por motivo de doença, não, preguiça - eu sei, preguiça é doença)? Então, experimenta tomar chá de alho com limão antes de dormir e vê se num é a melhor coisa do mundo! Agora alerto, tem um grande defeito. Esse chá é altamente (que palavra escrota) viciante, quiçá alucinógeno. A bem da verdade, eu tomo chá de alho com limão com torradas. Uma maravilha. Tudo bem, não te deixa com hálito dos melhores, mas convenhamos, whisky* também não deixa, e um 12 anos custa muita grana - para meu orçamento, é claro. Por fim, o mestre supremo dos chás não fala mal de ninguém. Eis o grande chá. Tomem, tomem muito chá de alho com limão. Dizem até que previne o câncer. Imagine você daqui uns 30 anos, publicação da revista... uma revista dessas aí que falam sobre atualidades não-fúteis: Quem tomou chá de alho com limão pelo menos uma vez por semana, não extrapolando três, terá 89,95% menos chance de desenvolver qualquer tipo de câncer. Nossa, o que você está esperando, compra logo seu pacotinho de alho e uma dúzia de limões. Na pior das hipóteses você você tempera a feijoada e faz umas caipinhas pra tomar com os amigos (numa reuniãozinha somente para os mais chegados).

* Seria taxado de ufanista se tivesse escrito uísque? Como escoceses e franceses escrevem cachaça? Champagne já foi aportuguesado? Acho que sim. O quê não foi aportuguesado?